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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Poema de Blimunda

A Blimunda que me perdoe, mas este poema é tão sublime que não o podia deixar escondido. Embora o possam encontrar aqui.

IRMÃ SAUDADE (por Blimunda, 17/Out/2007)

Sete mil sonhos meus se perderam com o teu fenecer.
O vazio em que me deixaste encheu rios de amargo fel.
Nas margens da tua eterna juventude plantei a inexorável dor,
o tormento dessa maldita vacuidade.

Fátua foi a esperança de ver-te chegar e ficar.
As águas do meu rio de fel não te conheceram outra idade,
E por lá fiquei e penei, a dor perdurou e não voltaste irmã saudade.
Dói-me já e sempre a frágil persistência desta memória
que teima em apagar a lembrança do teu sorriso,
que apagou já o teu cheiro,
o leve cantarolar da tua voz chamando por mim.
Sete mil dias sem o teu viver,
sete mil noites sem o teu adormecer para mais um acordar.
Sete mil dias vivi,
sete mil noites dormi com a covarde audácia de o fazer sem ti.
Sete mil mortes senti ao gritar sete mil vezes o teu nome,
que sete mil mortes me roubaram.
Sete mil vezes, devagar morri, irmã saudade.