sexta-feira, 22 de abril de 2011

Acabo de ouvir a piada do dia

Alguns juristas estão a tentar explicar aos senhores da Troika do FMI como é que funciona a insolvência em Portugal. Deve ser hilariante, dado que nenhum jurista entende o CIRE, nem mesmo os seus autores!

16 comentários:

jama disse...

Se, como diz o outro, "quem sabe faz e quem não sabe ensina", então, se quem lhes explicar for quem ensina (que é o mais certo), não haverá problema nenhum. Eles perceberão facilmente. O pior é se lhes dá para o mal, isto é, se quiserem conferir o que lhes é ensinado.

100anos disse...

Não exageremos, Saphou.
A maioria desses juristas já tiveram empresas que foram à falência depois de, convenientemente, as terem "empandeirado" a algum pato ou mesmo ao maior de todos dos patos, o Estado (a que isto chegou).
Eles até percebem de falências - não sabem é evitá-las através de duas coisas hoje completamente ultrapassadas: trabalho e competência...
100

saphou disse...

100 anos, tente ler o Código de Insolvencia e Recuperação de Empresas, na gíria CIRE, e depois faço-lhe uma vénia se entender as duplas, triplas, quintuplas, até, remissões.
Incompreensível em imensos artigos.
Saph

saphou disse...

O Jama conta-lhe, com um ou dois exemplos, ele é especialista.

100anos disse...

Mas eu já li o dito código, Saphou, pelo menos algumas das suas partes, e já por mais de uma vez concluí que era tempo perdido tentar compreender as suas excelsas disposições.
Como jurista tenho algumas áreas que me são ingratas por estimação, e essa área das falências é uma delas.
Concordo, pois, inteiramente.

saphou disse...

Estamos em sintonia.
A area de que mais gosto e em que me especializei e a de propriedade intelectual. Fascinante, desde os direitos de autor, passando pelos direitos conexos, ate todas as areas do direito industrial, nomes de dominio, comercio electronico, concorrencia desdeal...
Ja agora, se quiser um download dito pirata, fechada a rede Limewire, va ao Frostwire! hehe
* lamento o facto de o teclado ter pifado e nao ter acentos.
saph, ao dispor

saphou disse...

Quais sao as suas preferencias? deixou-me curiosa.

saphou disse...

Sempre achei que 100 anos era engenheiro! Que boa surpresa!
Saph

jama disse...

Acolhendo o repto da Saphou, excepto na parte em que me "acusa" de especialista dessas coisas, dou apenas um exemplo:
já viram como é que quem "faz" se sente quando tem de dirigir e apresentar ao administrador da insolvência um requerimento em que o cônjuge do insolvente pede a separação de bens!? Lê mil vezes a lei, sabe que é isso que nela se determina, mas custa tanto "fazer"...
Saphou, ainda não viu que o 100 anos é um músico apaixonado por gatos e gadgets!?

100anos disse...

Engenheiro ?
Era bom, é até capaz de ser a minha vocação mais saliente.
Querida amiga, não me sei definir lá muito bem: sou jurista, informático, músico, cozinheiro, inventor e ultimamente furioso bttista, fazendo também uma “perninha” aqui e ali, normalmente em Porto Covo, onde tenho a casa de fim de semana e de férias (e onde costumo testar os meus inventos, tipo prof. Pardal).
Dou festas de arromba onde a feijoada é feita por mim e normalmente é seguida de guitarrada e cantoria.
Não sei qual das minhas vertentes é a mais saliente, mas se tivesse que escolher uma delas acho que enveredava pela carreira musical; como, felizmente, não tenho que fazer opções tão complicadas, vou tocando de ouvido, isto é por fases, actualmente anda-me a latejar a veia de ciclista e inventor (a última invenção é um sistema de elásticos de banda larga que se mete no peito do ciclista e onde está construída uma bolsa especial onde se alberga uma máquina de filmar, é um sistema que ainda está em testes e se destina a fazer filmagens na bike sem tremer muito o filme).
O que eu menos gosto é do direito, mas claro, temos que garantir o pãozinho.
Não lhe sei dizer qual a área que eu mais gosto, mas tenho algum interesse nas áreas da propriedade intelectual, propriedade industrial, cláusulas contratuais gerais, direitos do consumidor e responsabilidade civil.
Espero ter feito um retrato mais ou menos fiel.
Abraço,
100

jama disse...

Ora aí temos o CV do 100 anos. O 100 anos sabe que a Saphou é um génio em matéria de propriedade intelectual e industrial?! Invejo os alunos dela. Uma confidência: no primeiro ano que numa determinada escola foram feitos inquéritos pedagógicos aos alunos, a Saphou, que nessa altura era assistente-estagiária, na parte dessa avaliação respeitante aos aspectos pedagógicos e científico, teve maior notação do que um professor catedrático (que, para além de ser um excelente professor, foi das melhores pessoas que conheci até hoje).

100anos disse...

Desde sempre me pareceu que a Saphou devia ser uma alta especialista em alguma área do direito, o que eu não imaginava era que o fosse de áreas que me são tão próximas.
Um dia conto-vos a saga que passei (e ainda hoje passo, embora com menos stress do que antes) para fazer um registo internacional de uma patente portuguesa...
Abraço,
100

saphou disse...

Jama, mande-me papelada, quero trabalhar, estou inspirada.
Grd curriculum 100 anos, estou impressionada.
Agradeço ao Jama os elogios, o do inquérito corresponde aos factos! até fiquei parva.

saphou disse...

O Jama é o melhor advogado que conheço, para alem de docente uinversitário, especialista em Direito Fiscal e afins, e em penhoras de semoventes (lembra-se da do cão?), conte que vale bem a pena.
Além disso,é dono de um sentido de humor notável e uma máquina de ganhar dinheiro, adora trabalhar.

saphou disse...

100 anos, costuma patentear ou requerer modelos de utilidade para as suas invenções?

100anos disse...

Bom, Saphou, sim, já patenteei algumas invenções, abaixo lhe conto.
Entretanto acontece-me o mesmo que, creio, deve acontecer a vários cientistas malucos, invento coisas que depois venho a descobrir que já estão inventadas.
O meu primeiro invento mais a sério foi um despertador eterno que lá em casa dos meus pais se baptizou de “dispositivo”: consistia num sistema que à hora pretendida punha uma campainha a tocar ad aeternum até eu me levantar da cama e ir ao dito artefacto desligá-lo; estava na Faculdade, tinha saído da “pildra” onde a pide me tinha hospedado durante 10 meses e tomava soporíferos fortíssimos, daí que tivesse enorme dificuldade em acordar e ir às aulas – resolvi o meu problema com esse artefacto, mas quando me perspassou pelas meninges patenteá-lo descobri que já estava mais do que patenteado, no fundo o tal dispositivo era um antepassado mecânico do que mais tarde se veio a chamar rádio-despertador...
Mais tarde, já nos anos 80/90, patenteeei um software que construí para gestão de bases de dados judiciais, correndo ainda sobre o sistema operativo MS-DOS e codificado numa linguagem que na altura estava muito na moda, chamada “Clipper” (bastante semelhante ao "DBase III Plus", mas com algumas especialidades); durante uns anos lá fui pagando as anuidades da patente até chegar à conclusão que aquilo só dava despesa e desisti dela – de qualquer forma o software estava altamente desactualizado devido ao advento do Windows e eu não tinha conhecimentos para convertê-lo para o novo sistema operativo.
Mais recentemente eu e o meu irmão, que é médico, patenteámos um dispositivo médico em Portugal e em montes de países por esse mundo fora: nunca me tinha passado pela ideia que fosse tão caro, quando demos por nós já tínhamos ultrapassado os 100.000 € de despesa e nessa altura tivemos que recorrer a apoios externos – a patente já foi concedida na... China e em Hong Kong e creio que dentro de uns meses teremos todo o mundo coberto – EEUU, Europa, Austrália, Brasil, África do Sul, etc. - não fomos apoiados pelos fundos públicos nem com 1 tostão, foi tudo à nossa custa, apesar de uma propaganda enganosa que apareceu no final do ano passado sobre “apoio à internacionalização” de patentes, que era um “barrete” de todo o tamanho.
Actualmente já não patenteio os meus inventos, quer porque a maioria deles já foram inventados, quer porque não estou disposto a gastar fortunas para nada – mas continuo sempre a inventar coisas novas, que me dá um gozo magnífico e não prejudica ninguém.
Abraço,
100