sábado, 26 de setembro de 2009

Vento leste, por Saphou

Vento leste
Varre a madrugada
Abre a janela
Pendura-se nela
Respira fundo
A ventania
Ouve o som das folhas
caducas das árvores
varridas pelo vento
elevadas em círculos
Sai de casa
Com o vento leste
Deixa-se empurrar
Até onde ele a levar
No meio das folhas
A rodopiar

Vento leste
Odores inesqueciveis
Do antigamente
As noites quentes
de Verão,
As noites mornas
de Outono
O pai, que vai à caça
às rolas e perdizes
que já não existem
Serões ao relento
O gozo do momento
Conversas animadas
Pelo vento

Vento leste
Quente,
Envolvente
Memórias que voltam
O pai que lhe diz
-Não suporto o ar abafado
O que me alivia é esta aragem
Conversa com ela
Vindo do nada
Partilham a insónia
São cúmplices de novo
Entre a morte e a vida
Dá-se o reencontro
O vento leste traz-lhes
Liberdade

1 comentário:

privada disse...

Tbm queres concorrer? Hum podiamos fazer isto com varias frentes haviam mais hipoteses.

Olha este:

Rosas pallidas:
Nao tenho mais que te offertar no mundo.
Esmorecidos canticos!
Mesquinha paga ao teu amor profundo.

Sempre em teus olhos me sorriam jubilos,
sempre os teus braços me acolheram francos!
Se alguma coroa me destina a gloria, cinge com ella os teus cabellos brancos.

T R

Um excelente dia Saphou, um sol imenso, bjs