terça-feira, 1 de setembro de 2009

Vala drenante preenchida com brita filtrante não seleccionada, envolta em geotêxtil, em que no fundo se coloca um tubo de PVC ranhurado

A Saphou, contra a natureza da produtividade e eficiência económica deste país, vai de férias em Setembro para a Islândia, país que pouco ou nada importa do nosso condado. O Mestre ainda nem se deu conta das campanhas de regresso às aulas.
A Blimunda a moer-me a cabeça com a teoria de que a tristeza também é vaidosa e por isso se veste de luto, em vários modelos que se distinguem como tristes, representando a tristeza que aqueles que os envergam, querem demonstrar. O JG agora anda ocupado com leituras e a tentar desmistificar o gesto nobre para com o Ali al-Megrahi. E eu, o único gajo que se mantém de raciocínio estável antes, durante e após as férias, começo a sentir-me perturbado, altamente perturbado, começo a ouvir um eco, perturbado, em brasileiro, perturbado...

Você está sentado numa cadeira. Você está sentado nesta cadeira há bastante tempo. Você fica sentado nesta cadeira durante muito tempo, diariamente. Você não conseguiria ficar parado em pé por tanto tempo; ficaria cansado, com dor nas pernas. Também não conseguiria permanecer tanto tempo assim deitado na cama, de cara para o tecto; (…)

Você consegue ficar sentado assim nesta cadeira por muito tempo sem trocar de posição; (…)

Ao levantar-se da cadeira você se dá conta, de que a porção de espaço que você ocupou durante tanto tempo, sentado na cadeira, está agora impregnada da presença física do seu corpo; ou seja, ela guarda agora alguns vestígios de substancialidade que seu corpo deixou ali. (…)

Esses vestígios mais cedo ou mais tarde vão se dispersar, com o movimento constante de corpos no quarto, e se perder para sempre. Assim, você está constantemente largando camadas sucessivas de seu ser, desintegrando-se a cada instante de sua existência no espaço; e é por isso que você não é eterno, não pode ser eterno, pelo mesmo motivo que um lápis ou uma borracha não podem ser eternos. (…)
Mas há uma maneira simples de alterar essa situação : sentar-se na cadeira (…)

In Paraísos Artificiais, Paulo Henriques Britto (2004)

8 comentários:

Blimunda disse...

hahahahahahahahaha

Boa malha, Mestrinho!

Blimunda disse...

Diria mais: boa malha de aço inox!

Privada, o bacoco disse...

hahahahahhaha
Enfim ...

PRAZERES DO REGO disse...

Oi cara: essa tal da islandia não é um calhau di gelo ki fica algures na velha europa e ki tá na bancarrota ?

ó genti kem ker irrr pra gelo em bancarrota ?

Essa guria tá lélé da cuca, poxa !

Sócrates disse...

Este gajo promete!

privada disse...

Prazeres do Rego elas sabem lá para onde foram, quiseram foi pirar-se.
Por acaso não conhece um grupo espanhol que editou em 93 e depois em 2003, k tem uma musica bem batida, cujo o refrão é :

no hay mal, sempre kis estar tombado, desnudo en tu habitacion?

privada disse...

Nao são os heroes del silencio, nem é flamengo, nem são os lobos ibericos ou raio, é um grupo kalker , é espanhol, a musica tbm tem a palavra selvage, mas nao sei a frase dessa parte. Não há por aí um rokeiro entendido em rock, ou rock grunge, sei lá, musica batida Espanhola?
eu repito

no hay mal sempre kis estar tombado desnudo en tu habitacion

Obrigado

Prazeres do Gelo disse...

Ó prazeres do rego, a gaja sabe o que faz, enquanto aquilo está falido é que vale a pena!