segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Muitos Parabéns Saphou, que seja o início de mais uma bela vida

Abre os olhos e encara a vida! A sina
Tem que cumprir-se! Alarga os horizontes!
Por sobre lamaçais alteia pontes
Com as tuas mãos preciosas de menina.

Nessa estrada da vida que fascina
Caminha sempre em frente, alem dos montes!
Morde os frutos a rir! Bebe das fontes!
Beija aqueles que a sorte te destina!

E, que as mãos da terra façam, com amor,
Da graça do teu corpo, esguia e nova,
Surgir a haste de uma flor!...


Florbela Espanca
Parabéns Saphou, uma dia muito feliz.

6 comentários:

saphou disse...

Chuac, beijo amigão. Emocionaste-me.

Blimunda disse...

Florbela? Hummmm!Escolha duvidosa! É sabido que Florbela nunca foi dada a muitas folias e alegrias e ontem era dia!

Privada, o bacoco disse...

A Florbela, como nós, teve fases, este poema é de esperança, um hino à vida, parece-me muito bonito, espero que a Saphou tenha gostado.

De qq forma o que queria dizer à Saphou é que a vida é um fonte fresca, que a sinta, que siga o seu percurso, viva fina e transparente como a água que nasce nas serras, e desce até ao leito, não se podem alterar as nascentes, nem o percurso dos riachos, sem secar a natureza.

Bjs as duas

Blimunda disse...

Hehehe! Se ha gaja que sabe carradas de poemas de Florbela Espanca de cor e sateado sou euzinha, amigo! E Florbela, sim, é muito boa nos bons e nos maus momentos;)

Não sei quem és. Já não te vejo bem.
E ouço-me dizer (ai, tanta vez!)
Sonho que um outro sonho me desfez?
Fantasma de que amor? Sombra de quem?

Blimunda disse...

E beijos para ti também!

Privada, o bacoco disse...

Fui grande fã dela, quando jovem, achava o maximo que ela tivesse escrito, e depois concretizado na vida real, a sua obra de ficção.

A capacidade dela para criar uma realidade aparte para viver dela, impressionava-me, hoje acho que passou ao lado, do que existia, não cumpriu a função. Banalizo as suas tragicas paixões, como não ligo às do Garret de Folhas Caidas, nem às do romances bem sucedidos.
Continuo a gostar da busca pela explicação das frustrações, do poema dos 30 e dos que sucessivamente lhe seguiram, à procura de aceitar a morte e a coragem da sua concretização.

Este poema que dediquei à Saphou , penso ser um dos poucos STOP que Florbela respeita antes de seguir em contra mão, que foi como sempre viveu.

Se não retiramos dos seus poemas a ficção e o exagero, eles podem ser mortiferos e completamente suicidas, seja em que idade for. Jim Morrison tambem :-)

Ok risquem esta piadola.