sábado, 15 de agosto de 2009

Trabalho na net, uma nova forma de escravatura?

ou oportunidades sem precedentes?
amazonmechanicalturk: ganhe dinheiro pelo trabalho que efectuar. Não há garantia de pagamento, só se o cliente ficar satisfeito e estiver para isso, entrega o trabalho primeiro, recebe depois. O Tamanho do tipo de letrapreço de cada tarefa é ridículo. Pode ser divertido, com hobby.
IGE: torna-te jogador on line profissional. A empresa vende as personagens ao cliente já criadas e fortes, ou armas com poderes, ou WOW gold. Ilustremos. Procura um país de mão de obra barata. Abre uma delegação na China que, por sua vez, se encarrega de contratar agentes que escravizam jovens jogadores profissionais. A troco de um ordenado de miséria, jogam, por exemplo, WOW, 12 horas por dia, comem e dormem no local de trabalho em condições, no mínimo, precárias. O patrão da delegação chinesa da IGE, está rico, muitas vezes não paga aos agentes que o ameaçam, o jovem patrão americano da IGE está multimilionário. Os agentes fazem o trabalho sujo: exploram os jogadores, vivem razoavelmente, mas não enriquecem. Uma cadeia de exploração que termina no jogador.
Um dos jogadores chineses, dos melhores, nem dinheiro tem para a camioneta, para ir à aldeia visitar a namorada, confessa que gostava de ver a luz do sol, mas há muito que não o vê. Acorda às 6 da manhã, lava-se com água fria, porque água quente é um luxo, numa pia, dorme encolhido num beliche cujo colchão parece uma tábua e é dos que tem sorte, porque outros, por falta de espaço, têm que partilhar a cama. Trabalha 12 horas por dia, está nesse turno, outros trabalham no turno da noite, não há segurança social, nem outros luxos, como uma casa de banho decente e limpa ou comida adequada. Se adoecer, é garantido que o mandam para a rua.
Algures, um tipo com algum dinheiro e tempo livre, compra à IGE on line uma personagem WOW forte, sem ter o trabalho de a criar, ou WOW gold mais barato, ou armas com poderes.
Os exemplos poderiam multiplicar-se.
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deus acaba de me informar que os verdadeiros jogadores fazem questão de matar essas personagens pré-evoluídas, que têm um comportamento padrão e estragam o jogo. Portanto, os explorados são maltradados por todos.

2 comentários:

Privada, o bacoco disse...

Podemos discutir isto mais tarde?

Beijos

mac disse...

Eu vi isso. Não sei que pensar, muito menos que dizer.

É melhor morrer ou é melhor sobreviver precariamente, explorado como um escravo por monstros sem escrúpulos?

E, se for melhor sobreviver, isso justifica a existência dos monstros, uma vez que são eles o veículo dessa possibilidade?

Afinal eu, que me indigno com esta história, nunca proporcionei a sobrevivência a ninguém. Não ganho com isso, claro, mas também não perco: nem tempo, nem pachorra, nem nada; estou no bem-bom do sofá a ajuizar dos actos dos outros.
Se fosse pelas minhas acções eles morriam todos, os escravos, certinho como a noite.

Chateiam-me para caraças, estes assuntos que me deixam interdita.

É verdade que eu vivia melhor sem estas coisas que são capazes de explorar assim outro ser. A questão é que não é essa: viveriam melhor os outros?

Olhem, vou-me embora apanhar uma piela.