segunda-feira, 20 de julho de 2009

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Não interfiro. Quero ver como fico todo partidinho. Estilhaçado lá em baixo. Tiro a tiro, não me desvio.
Talvez a única forma de evitar o eterno retorno seja mudar de vontade. E como é possivel mudar de vontade sem que a razão da mudança não vise apenas conseguir o que a anterior não conseguiu? Como evitar que a mudança não se traduza apenas na procura daquilo que se quer e ainda não se encontrou? E se tal não for possível, é então garantido que mesmo mudando cometeremos os mesmos erros, porque a mudança foi motivada pela mesma vontade e mantém-se por isso o pressuposto, e logicamente a falha, uma vez que a vontade está errada e ainda que se concretize não pode trazer nada, que não seja o retorno ao inicio de algo próximo à ultima procura. Devemos então querer outras coisas nas coisas que já temos? Mas porque queremos? E que merda queres tu afinal? Eu, oh pá apenas um dia de praia Nietzsche, um fdp de um dia de praia pá, mas que seja um eterno retorno, estás a ver, sento-me lá e estou sempre lá, é difícil?! Fogo.

33 comentários:

saphou disse...

Este post é ouro, privada. Filigrana.

Anónimo disse...

A vontade é o motor que nos mantém na nossa busca individual...
Querermos, é o reflexo de sermos desejados, por uma Vontade que está para além da nossa busca individual...

Argonauta disse...

O anonimo anterior tem o nome de Argonauta

Blimunda disse...

Busca essa, caro Argonauta, que se pode resumir a uma pescada de rabo na boca.

Querido Privada, este teu post fez-me lembrar de uma ridicularidade da minha vontade. Quando tinha uma casa pequena só tinha vontade de ter uma grande. Agora que tenho uma grande não tenho outra vontade senão ter uma pequena. Vá-se lá entender as vontades próprias e alheias!

Privada, o bacoco disse...

Entao e devemos ou nao polir o nosso querer, é ke nada nos garante, ou garante nao sei, estarmos a ser desejados por algo que não queremos, é ke ha uma dualidade de vontades.

Por exemplo Blimunda ainda que seja levado a pensar que a casa nao é a vontade, o k me rala é como consegues dormir sem compreender essa dualidade, retrocesso, ampulheta, retorno, porque estou a desejar o msm, porke nao consigo desejar outras coisas e o que é que desejo afinal, que me leva a querer isto que agora desejo, devo desistir?
Ou já comprendeste isso tudo?

Blimunda disse...

Não entendi senão que nunca estaremos bem com a nossa vontade enquanto não soubermos com precisão de que é que ela é feita. E mais, apenas durmo porque o corpo me obriga pelo cansaço mas a mente mantem-se em vigilia constante e julgo que não me dará descanso até ao dia em que descobrir inequivocamente de que matéria é feita essa bendita vontade. Talvez a vontade de teres uma casa grande se prenda com a vontade de ordem e harmonia e às tantas não será ordem e harmonia física, infra-estruturante, mas sim ordem e harmonia emocional.

Argonauta disse...

É verdade Blimunda pode ser uma pescada de rabo na boca, como bem simboliza o "Fio de Ariadne" e todos os símbolos associados, como o "Labirinto".
Observar também que quando referi sermos "desejados por uma Vontade", escrevi Vontade com letra maiúscula.
Já agora aproveito para dizer à Blimunda que me divirto (no bom sentido) com alguns dos seus comentários, que são, sem sombra de dúvida, muito mais "espirituosos" que os meus...

privada disse...

Fogo estamos na mesma. E nem o Argonauta parece capaz de ser claro. Fui buscar mais um livro. Nao digo qual é uma vergonha.

Blimunda disse...

Ora caro/a amigo/a Argonauta, já me fez ganhar o dia! Se consigo divertir alguém é porque ainda existe essa capacidade em mim e isso deixa-me, sinceramente, satisfeita! Bem haja!

privada disse...

Bem pelo Fio de Ariadne nao deves voltar a mudar de casa, opção excluida? Qual a proxima? nenhuma, há uma , talvez haja uma , mas é tao dificil segui-la k é melhor esperar outra

Blimunda disse...

Ora nem mais! :-) Vamos lançar facturas? Vamos!

Mofina disse...

Fogo, pá, acho que fui lançado para um universo paralelo...

Anónimo disse...

Não sabia que mofina era homem.

Argonauta disse...

Cara Blimunda, sou Argonauta com "o".

Os símbolos tradicionais existem para fazer "sentir" o inexprimível.
Os caminhos individuais são diferentes, embora existam algumas (poucas)verdadeiras vias de realização do ser que nos podem fornecer os meios para encontrar a ponta do nosso "Fio de Ariadne".

Blimunda disse...

Os caminhos individuais podem até ser diferentes, uns mais bem calcetados que outros, no entanto, julgo ser do conhecimento geral que todos, desembocam naquele entroncamento com dois sentidos, simbilizados tradicionalmente por duas setas: a que diz por aqui e a outra que diz por ali. E depois? Em qual dos caminhos se poderá encontar a ponta do fio de Ariadne? Evidentemente que ambos nos levarão a ela, basta querermos, ora! Outro símbolo tradicional só que desta feita, em forma de adágio popular - Todos os caminhos vão dar a Roma , ou se preferir, à ponta do fio de Ariadne!

privada disse...

Pode partilhar dicas?

privada disse...

Ora Blimunda nao vais dar a Roma , vais é regressar ao ponto de partida.
A primeira das regras é kd chegares ao entrocamento se nao sabes para onde vais parás. E depois ha-de vir um sinal k te diz por onde ir.
E depois deve haver truque para reconhecer esses sinais e o problema ta aí, é ke passa tanta coisa e nao damos atençao a coisa nenhuma. Vamos ter ke nos focar.

Blimunda disse...

Precisamente Privada! É evidente que neste caso "Roma" é o objectivo que significa encontrar o fio de Ariadne. Então? Não se vê?!Não está lá na tabuleta? Sim ,pois, claro, um sinal, ok! E se te cai um raio em cima, quer dizer o quê? Que devias era ter ficado quietinho em casa, ora!

Cristina Afonso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Privada disse...

Se me cai um raio em cima é sinal que a Saphou não larga o Sims, e já perdeu a cidade outra vez.:-)

chegamos ao cruzamento, vemos o caminho k tem menos pedras, ou então seguimos a olhar para o ceu. Finda a ampulheta novo cruzamento e a questão é, desta vez olhamos para o ceu ou para as pedras? E na escolha anterior fomos pela esquerda ou pela direita?
Enquanto o objectivo for só caminhar pouco interessa o caminho, voltamos sempre ao estado. O que queremos afinal no fim do caminho?

Argonauta disse...

Quando me referia a símbolos tradicionais, queria-me referir a símbolos Tradicionais e não a adágios populares. Contudo, os adágios populares não deixam de encerrar em si algum conhecimento Tradicional.
As encruzilhadas existem a cada passo do caminho, pois o ser humano tem a faculdade (com todas as consequências que isso encerra) do livre arbítrio.
Eu diria que todos os "Caminhos" vão dar a Roma, mas já não tenho a certeza qua qualquer "caminho" vá dar a Roma, muito menos permitirem encontrar o "Fio de Ariadne".

privada disse...

Bem pelo principio do retorno, sabemos k nao fazemos aos outros o k nao keremos ke nos devolvam, ok mas isso é para agir com os outros e como é k agimos com nós mesmos?

privada disse...

Blimunda seria mais o menos isto:

podem haver muitos caminhos se souberes agir todos te serão favoraveis, por isso ainda ke vejas 2 , 3 ou mais tabuletas, não hesites, segue, não te escutes, se não te ouvires por norma segues em paz. Vai e fecha os olhos. Afinal, ainda que caias da ribanceira pensa positivo, é um atalho para roma.

Argonauta disse...

O resultado provável de seguir um caminho é deparar-se constantemente com o mesmo rabo da pescada.
Ao seguir um "Caminho" podem ser adquiridos os elementos que suportam a ultrapassagem das nossas limitações individuais, tornando possível a reorganização do nosso caos interior.
O decorrer desse processo pode comparar-se ao encontrar o "Fio de Ariadne".

privada disse...

Partilhar faz parte do caminho argonauta, vamos ter k , se tiver disponibilidade, continuar esta conversa. Por agora vou ter ke caminhar ate ao Pingo Doce, ali na Avenida de Roma suponho, ainda que ate aqui pensasse tratar-se da praça da republica. Depois vou caminhar até ao fogão, depois vou caminhar para a mesa com o meu novo livro. E só depois de caminhar esses caminhos todos, com umas chiantas que fazem um barulho k dao ideia k alguem me anda a presseguir é ke poderei voltar. Lamento, mas longos sao os caminhos pa chegar a este blog, onde vos encontro.

Argonauta disse...

Com todo o gosto poderemos continuar a compartilhar os nossos caminhos...

privada disse...

introduzamos Antonio Damasio pk a ciencia traz sempre alguma credibilidade, no Espinosa " A tristeza eh acompanhada por uma produçao reduzida de imagens mentais e uma atençao excessiva a essas poucas imagens" ... "Em conclusao, o conteudo essencial dos sentimentos eh um estado corporal mapeado num sistema de regioes cerebrais, a partir do qual uma certa imagem mental do corpo pode emergir. Na sua essencia um sentimento eh uma ideia"

E como ponto de encontro com o eterno retorno, temos neste exemplar o caso do assassino em serie, ainda k keira nao pode deixar de voltar a matar, segue sempre para Roma, o seu mapa cerebral nao permite outras cidades.
Todos temos um mapa, eh com ele k temos de nos orientar. o mapa ta dentro do cerebro, apaga-se devagarinho com o tempo, e por fim resta a ideia, o sentimento, de k houve tempos em k tinhamos varios caminhos, eh por isso k nao podemos desprezar caminho nenhum, temos eh k saber a sinalizaçao.

RPS disse...

Privada, estou boquiaberto. E o Funes não entrou na coisa.

Argonauta disse...

Devido à indissociação entre corpo e mente, o que se passa num reflecte-se no outro. Com tal, os sentimentos, ao nível do estado humano vulgar, têm origem no pensamento, o qual, por sua vez, depende da relatividade do seu sistema de percepção e de cognição do indivíduo.
Assim, um sentimento é uma ideia (pensamento) manifestada no plano emocional.
Contudo, a ciência ocidental estuda e interpreta os fenómenos através recorrendo ao pensamento discursivo. Mas o ser humano é prisioneiro do seu sistema de cognição, pelo que, o resultado é o acumular de conhecimento, mas não de sabedoria.
É muito interessante o mapeamento gráfico das emoções e pensamentos, mas não é muito mais do uma diversão científica que se deleita com o jogo de sombras que as folhas desenham no chão quando a luz as atravessa.
Os padrões mentais seguidos pelo assassínio em série, podem ser mudados, pois existe a possibilidade de escolha.
O que se passa com esse ou outros padrões mentais que todos podemos constatamos em nós próprios, é que mudar é difícil. Não basta pensar que se quer mudar. Mudar passa por um processo de dissoloção interior e coagulação num estado que idealmente seja mais adequado à nossa evolução e paz interior.
Daí que tenha blogado à pouco sobre a necessidade do indivíduo seguir um "Caminho" que lhe forneça os meios para dar esse salto qualitativo...

privada disse...

Nao podemos ignorar a ciencia, temos eh ke adequa-la ah teoria.

"Os padrões mentais seguidos pelo assassínio em série, podem ser mudados, pois existe a possibilidade de escolha."

Creio k nao. Em caso de lesao cerebral, dependendo do hemisferio e da localizaçao do dano, o Homem fica desabiltado para certos sentimentos inatos, ainda k os represente por força da apredizagem social, esse lado do "mapa" esta morto.

duas crianças, a msm familia, uma foi diversas vezes agredida, batendo com a cabeça, a outra nao. Serao diferentes e a lesao sera perpetuada pela k foi agredida, nao so por factores psicologicos, mas pela propria paulada em si .
Pode faltar apenas a milesima celula cerebral, mas essa pode ser responsavel pela morte de milhares de outras. Estes sao os azarados.

Portanto, nem todos dispoem o mesmo numero de caminhos. Importante eh saber kantos caminhos temos dada a capacidade do nosso cerebro, saber quais sao as varias hipoteses, ou projecta-las para que assim sejam. Mas depende da maquina, mentalizar uma mente pobre com estas teorias, eh mais um para o fundo de desemprego.
Temos ke aliar a ciencia e a filosofia. Deviam potenciar essa dualidade nas universidades, - Projecte - Construa...


RPS. Funes tem algumas celulas avariadas, devia vir aki juntar-se para aprender, a curar essas celulas k o perturbam.Fez agora grande texto.

Argonauta disse...

Concordo plenamente que não devemos ignorar a ciência. Ela tem trazido progressos em muitos domínios e trazido soluções de cura e melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Contudo, devemos ter cautela para não substituir o deus da religião pela "religião da ciência". Isto é, não pensar que a ciência tem soluções para todas as respostas da humanidade, pois que as mais importantes estão exactamente para além do seu domínio.

Quando me referi ao exemplo da pessoa que pode escolher, estava a referir-me, evidentemente, a todos os que não apresentam deficiências que impeçam a capacidade de discernir e poder escolher. Claro que essa pessoas têm um grande handicap e devem ser tratadas pela sociedade de forma a dar-lhes uma vida e uma experiÊncia de vida o mais rica possível.
É verdade que nem todos possuem as mesmas possibilidades. Uma boa pergunta que se podia levantar aqui é: Porquê?

Blimunda disse...

Grande forum, sim senhor!

Privada, o bacoco disse...

Na minha opinião, pk a maioria das regras para decifrar os caminhos de k cada um dispõem, só podem ser aplicadas, a quem já tem bases, a quem tem dinheiro, a quem tem tempo. Pode haver excepções aplicar-se noutros quadrantes. Mas regra geral tende a falhar, digo eu. Primeiro há k limpar a educação e os estigmas, na maioria dos casos já seria difícil.
Para as próximas gerações, podemos ministrar estes conceitos aliando-os à matemática e outras disciplinas nas escolas, desde cedo, conhece as capacidades que tens e depois aplica-as. Ou se conseguirmos aprender isto, podemos transmiti-lo aos nossos filhos e conhecidos. Por hora, ate para kem tem bases mínimas é muito dificil, e kt mais dificil, menos caminhos.