No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta uma varanda para o mundo
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora d'Agonia e o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco a raiva e a luta
De quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe o grilo e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um canto chão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
O canto em vozes juntas, vezes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco a raiva e a luta
De quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece
Antes da morte
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do mundo
Existe tudo mais que ainda me escapa
É um verso em branco à espera
Do futuro
José Luis Tinoco
7 comentários:
Privada, estragas-me com mimos. Vou fazer-te um chá de pétalas de rosa.
Buahhhhh, sou tão invisível, buahhh...
Para mim pode ser de tília, faxavor!
Obrigado Saphou :-)))))) ahahhahahahah excelente!
Blimunda, só agora vi que o poema era postado por VExa. Vai um chazinho verde, com limonte e pétalas de bem-me-quer?
Se me disser o título da música, pode ser que eu consiga um up load!
Perdonate me!
Minha querida, está perdonata! O título da música é mesmo " No teu poema" E já foi canatda por Carlos do Carmo e por Dulce Pontes
Ora batota!
Seguramente uma das top 5 canções portuguesas de todos os tempos.
A musiquinha era um plus...
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