terça-feira, 17 de março de 2009

Alguém quer

fazer carpooling comigo? Está na moda, porque acaba em ing, é bom para o ambiente e estimula o convívio (ou cumbíbio, como dizem os parolos). Fazer uma "vaquinha" já é uma coisa ultrapassada e não tem qualquer utilidade.
Não garanto que não acabemos a fazer carpushing, porque tendo a esquecer-me de mandar o carro à revisão.

12 comentários:

Blimunda disse...

Porra! Que merda é essa?

Blimunda disse...

Ai desculpe Saphou! Hoje estou que não posso e preciso urgentemente de ajuda. Dá-me uma mãozinha antes que faça merda?

saphou disse...

Vamos banhar-nos em pelota no meu recém adquirido lago na Islândia. E vá ler o que o vice me obrigou a fazer: respondendo ao desafio de Funes em tempo recorde, com as palavras que o parocata inventou.

saphou disse...

E minha amiga, se é dia de fazer merda, não contrarie a natureza.

Blimunda disse...

Ainda não li o post do desafio em tempo record mas vou ler já de seguida. E palavra que banhar-me-ia consigo hoje desde que fosse nos antípodas deste miserável lugar em que me encontro. Islândia é muito perto.

E se o fazer merda me deixa ainda mais na merda?

saphou disse...

Aí terá que se desem-merdar! Como é que isto se escreve?

Blimunda disse...

Quero a sua camisola e é já!

Saiba minha querida Saphou que eu Adivínia estou hoje em estado parocático graças a uma imparaplécia armada em Afrodite. Não é que a asna que de boa têm coisa nenhuma, sendo compulsivamente carnívora de enchidos alheios, qual deusa celta arduina, faz uma infusão de taréfulas oferece-a a quem não deve e ainda tem a ousadia de o fazer debaixo do meu nariz. Eu que não nem sou nada egoísta e até sou gaja que só não dou a camisola a quem a não merece, não me faz qualquer mossa que patarata se tenha deliciado com o leite da burra. O que não tolero é que me façam de parocata. Agora só me apetece atirar-lhe com o esberifético que tiver mais à mão.

P.s: escreve-se desemerdar.

saphou disse...

Como é complexo, heim?!
Obrigada Blimunda
[Pergunta] Faço ocasionalmente traduções e, recentemente, ao traduzir um texto do francês, surgiu-me uma dúvida sobre como escrever o termo "desemerdar". Não estou certo se se trata de um galicismo, a partir de démerder, ou de um termo próprio da nossa língua. Ao pronunciar a palavra, a maioria das pessoas a quem perguntei aponta para "desenmerdar", mas a mim soou-me estranha a junção do n com o m, e não me ocorreram outras palavras portuguesas em que uma sílaba com n final se ligasse a outra com m inicial. P. ex.: emoldurar/desemoldurar e não "enmoldurar"/"desenmoldurar", ao contrário de, por exemplo, encastrar/desencastrar — mas não estou certo se se trata de bons exemplos. Estarei certo? Assim, optei por "desemerdar". Curiosamente, na revisão do texto alteraram para "desenmerdar".

É também um problema de, em Portugal, haver uma timidez despropositada com o registo nos dicionários dos termos "populares" ou "palavrões", reflectida nos frequentes «vai-te lixar» utilizados incorrectamente em traduções de filmes.


Luís Martins :: Op. informático :: Lisboa, Portugal
[Resposta] A palavra não é infrequente nos registos mais baixos do português europeu, com o sentido de «safar-se», «desenrascar-se», mas não está ainda dicionarizada (não sei se por pudor, como se sugere no fim da pergunta).


Pode tratar-se de adaptação do francês démerder; contudo, é plausível que se tenha formado já em português com o prefixo des- e uma outra adaptação, a da do verbo emmerder, cuja vogal nasal (em-) poderia ter inspirado a pronúncia da variante portuguesa com o mesmo tipo de vogal. Daí o revisor ter escrito "desenmerdar".

Sobre desemerdar, não se me oferece dizer nada, porque gráfica, fonética e morfologicamente é possível como palavra portuguesa. Já a grafia correcta da variante com nasalidade levanta um problema interessante, uma vez que são escassíssimas as palavras que tenham vogal nasal antes de m; são exemplos, chãmente, cristãmente e comummente. É a forma de comummente que me parece oferecer um modelo para a grafia da variante com nasalidade: "desemmerdar". Contudo, olho para a forma e parece-me tão insólita, que receio pela sua aceitação entre os lexicógrafos.

Por último, deixo uma pequena referência ao verbo emerdar. Esta palavra está registda por Guilherme Augusto Simões no seu Dicionário das Expressões Populares Portuguesas, com o significado de «limpar criancinhas dos seus dejectos involuntários».

Blimunda disse...

Pois, complexo? Ainda acha que não devo contrariar a natureza? Ilumine com a sua lucidez esta criatura escrava da superioridade comportamental.

saphou disse...

Ignore a criatura. A raiva só lhe faz mal a si. Respire e relaxe, nem que tenha que fazer um Haiku para Funes que agora vai tomar conta do mundo, por isso é bom estar nas graças dele.

Blimunda disse...

Eu quero fazer um Haiku para Funes. Manual de instruções faxavor!

saphou disse...

a mofina ensina. Ou o google ensina. O google é bonzinho, o google é nosso amiguinho.