domingo, 23 de novembro de 2008

Clube de Leitura

Se vendem medicamentos em hipermercados, também podem vender livros em bombas de gasolina. Mas sempre pensei que seriam livros populachos, coisa de segunda. Fiquei chocada ao ver o meu eterno venerado no escaparate giratório da GALP. Alí, sem pudores, exposto entre os iogurtes e a comida para cão. De GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ, "A hora má: o veneno da madrugada". Ainda em estado de choque, qual foi a minha reacção? Comprar de imediato o único exemplar. Não fosse um paspalho comprá-lo. Traí um amor que remonta a "Cem Anos de Solidão". Ser obrigada a comer um pacote de batatas fritas com sabor a churrasco, seria uma penitência adequada.
Alguns livros deveriam ser apenas vendidos em templos literários, como a Lello, nos Clérigos.
Funes deve estar a rebolar de contente. Sempre preferiu Borges. Nem admite comparações. Não rirá por muito tempo. Nenhum autor escapa à fúria das gasolineiras.
Por último, uma sugestão de leitura para o interminável Domingo: "Os Anicetos também trabalham", de Linda Hayward e Irene Trivas, Col. Rua Sésamo. Este só se vende em locais de eleição.

3 comentários:

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=DT4CX5vVWyM

Blimunda disse...

Li "O Amor em Tempos de Cólera" há uns 15 dias. Caí na asneira, ou talvez não, de ler "Alquimia" de Paulo Coelho logo a seguir. Bem, ou o primeiro é mesmo um gigante ou o segundo não lhe chega ao dedo mindinho do pé esquerdo.

Numa gasolineira? É, sem dúvida, um ultraje, mas para nós que o veneramos. Para ele penso que não. Um homem verdadeiramente grande cabe em qualquer moquifo, não importando se o odor é de água de rosas ou de crude.

saphou disse...

Aconselho-lhe "Do amor e outros demónios".