sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Dúvidas filosóficas de uma adolescente

Ela chegou a casa e disse:
-"Penso logo existo", certo? Então as pedras não existem? Eu sei que isto te parece estranho...deixa lá, não tenho tempo para explicações, agora quero estudar matemática.

4 comentários:

António Conceição disse...

Ela cometeu uma falácia muito comum, a chamada falácia do "modus podens.
P => Q
e P,
Logo, Q.
Exemplo
Penso, logo existo.
Penso,
Logo existo.
Mas daqui não se segue, nem pouco mais ou menos:
P => Q
Não P,
Logo Não Q.
Isto vê-se bem com um exemplo:
Quem tem um enfarte, morre.
Logo, quem não tem um enfarte não morre.
É um absurdo. Pode morrer atropelado ou esmagado debaixo de um cofre caído do 10.º andar, por exemplo.
É o caso do post. Dizer: penso, logo existo, não significa dizer que o que não pensa não existe ou que só existe o pensante. É o caso das pedras. Não pensam, mas existem.

saphou disse...

Querido Funes, muito agradeço. Vou- falar-lhe já nesta falácia. Aliás, ela até vai ler o post.

Anónimo disse...

E quem disse que as pedras
não pensam?

Anónimo disse...

eu acho que as pedras pensam, bem como as flores, as árvores, enfim, a natureza, os animais irracionais. Trata-se de uma forma de pensar diferente, como pensa o nosso coração (o que está provado). Por isso, Funes é um trapaceiro, fechado no mundo da lógica abstracta.