caminhavam por uma estrada lamacenta.
Uma jovem pediu auxílio, pois que precisava de atravessar para o outro lado e não queria sujar o seu melhor vestido de festa.
Um dos monges, prontamente, pegou na jovem ao colo e atravessou-a.
Mas depois ficou muito preocupado, porque ia contra as regras tocar em mulheres, mesmo para um acto caridoso.
Passadas quatro horas, ao chegar ao mosteiro, virou-se para o outro e perguntou-lhe se não estava cheio de remorsos por terem quebrado as regras.
O outro retorquiu:
-Que mulher? Já larguei esse peso há quatro horas atrás.
...
Lendo esta história ela pensou: porque é que eu não consigo largar os pesos que me colocam corcunda, se já não existem no presente? Porque é que não consigo esquecer a falta de afectos, as humilhações e fazer-me à luta, se passados segundos são apenas memórias? Em vez disso, somatizo e adoeço. Estou presa por um fio muito frágil de afectos que ditam a minha sorte. Como quebrar o ciclo vicioso?