sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

literatura infantil



Pequeno excerto de O pequeno livro dos medos, de Sérgio Godinho (as imagens foram retiradas aleatoriamente da net):

Fiquei com pele de galinha,
com os dentes a bater
e os joelhos a abanar
sozinho no arvoredo
e a noite metia medo!

Estava branco como a cal
estava com palpitações
estava sem pinta de sangue
sem palavras, mudo e quedo
com certeza, era do medo!

Tinha os cabelos em pé
tinha o coração nas mãos
suores frios e coceiras
e na boca um gosto azedo

Queres rezar pelas alminhas?
Queres sentir dores de barriga
e tremer como varas verdes?
Vou ensinar-te o segredo
não há melhor do que o medo!




Quando acabou de ler, eu olhei para ele, intrigado. Estava a rir-se baixinho, parecia satisfeito com o seu poema (....).


-Vives sempre nesse sótão?- Perguntei-lhe.


-E hei-de sempre viver- disse ele.


.Então como é que conheces essas expressões todas? Não és nenhum génio...


Ele deu uma risadinha.


-Se calhar até sou, porque tomo conta dos medos de muita gente. (...)

8 comentários:

Anónimo disse...

adoro literatura infantil com nível, não aquelas merdas tradicionais dos irmão Grimm e afins.

Anónimo disse...

o funes só deve ler essas merdas antiquadas, lá das freiras do colégio esquisito.
Gosto muito do teu post saphouzinha tramada.

Anónimo disse...

Apesar do meu marido ignorar este blog, é porque és un asino. Eu gosto muito de espreitar isto.

Mofina disse...

Será que as varas verdes tremem mais do que as secas?

Tantas inquietações!

Álvaro disse...

O Dr. Fedor é que em razão quando
diz

Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d’eux.

Álvaro disse...

O anel anal da minha Laurinda também aparece aqui, como no coiso do Mestre

Anónimo disse...

ei o blog está um must, excelente my friend

saphou disse...

Gracias Privada, és un cariño.