Pequeno excerto de O pequeno livro dos medos, de Sérgio Godinho (as imagens foram retiradas aleatoriamente da net):
Fiquei com pele de galinha,
com os dentes a bater
e os joelhos a abanar
sozinho no arvoredo
e a noite metia medo!
Estava branco como a cal
estava com palpitações
estava sem pinta de sangue
sem palavras, mudo e quedo
com certeza, era do medo!
Tinha os cabelos em pé
tinha o coração nas mãos
suores frios e coceiras
e na boca um gosto azedo
Queres rezar pelas alminhas?
Queres sentir dores de barriga
e tremer como varas verdes?
Vou ensinar-te o segredo
não há melhor do que o medo!
Quando acabou de ler, eu olhei para ele, intrigado. Estava a rir-se baixinho, parecia satisfeito com o seu poema (....).
-Vives sempre nesse sótão?- Perguntei-lhe.
-E hei-de sempre viver- disse ele.
.Então como é que conheces essas expressões todas? Não és nenhum génio...
Ele deu uma risadinha.
-Se calhar até sou, porque tomo conta dos medos de muita gente. (...)
8 comentários:
adoro literatura infantil com nível, não aquelas merdas tradicionais dos irmão Grimm e afins.
o funes só deve ler essas merdas antiquadas, lá das freiras do colégio esquisito.
Gosto muito do teu post saphouzinha tramada.
Apesar do meu marido ignorar este blog, é porque és un asino. Eu gosto muito de espreitar isto.
Será que as varas verdes tremem mais do que as secas?
Tantas inquietações!
O Dr. Fedor é que em razão quando
diz
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d’eux.
O anel anal da minha Laurinda também aparece aqui, como no coiso do Mestre
ei o blog está um must, excelente my friend
Gracias Privada, és un cariño.
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