A fotografia correu o mundo e ganhou o prestigiado prémio Pulitzer: a menina do sul do Sudão, desesperada com fome, com um abutre à espera.... Muitos condenaram Kevin Carter como abutre, por não alimentar a criança. Ele suicidou-se aos 33 anos. A menina sobreviveu até adulta.
10 comentários:
Condenar não condenava que não sou juíz. Mas se tivesse voltado as costas à criança sem nada fazer por ela, provavelmente também me suicidaria.
A ideia que tinha era a de que a criança tinha efectivamente morrido. Como sabe que sobreviveu? Tem alguma fonte fidedigna que possa partilhar?
É muito fácil, olhando apenas para esta fotografia, condenar o fotógrafo. Provavelmente, se tivesse virado a objectiva para outro lado, certamente o cenário não seria muito diferente. Aquilo era, e ainda é, o inferno na terra.
A fonte resulta da reportagem de ontem na TV e da Wikipédia. Há várias versões da historia, uma contada por um português que estava no local com ele.
Coloquei um link para o site da wikipédia, que me parece ter um texto fidedigno, com indicação bibliográfica de outras fontes.
Naturalmente, não ponho as mãos no fogo, porque não foi o ex DIAP que investigou!
Este Ega leva tudo muito a sério, como diz o Rui Unas "se está na net, é verdade".
Ó crédulo, não estás à altura da questão ética colocada. Remete-te ao silêncio
1- Se a criança sobreviveu é porque não precisava desesperadamente de ser alimentada naquela ocasião. Não valia a pena o homem ter-se suicidado.
2- Se precisava desesperadamente de ser alimentada, era inútil alimentá-la, porque morreria de fome uns dias depois, quando o jornalista tivesse ido embora. Continua a não ser justificado o suicídio.
3- Se, para evitar a morte da criança à fome, Kevin Carter a tivesse adoptado, estaria a tornar-se culpado de ter escolhido arbitrariamente aquela criança e não outra qualquer, porventura mais merecedora de ser salva. O suicídio justificar-se-ia nesse caso.
4- A fome é um problema da humanidade inteira e não de um jornalista e de uma criança. Ninguém pode condenar Kevin Carter sem, do mesmo passo, estar disponível para se condenar a si próprio.
Ele ganhou dinheiro com a miséria alheia? Talvez. E não é o que fazemos todos? Não ´´e o que faz o médico? E o advogado? E a dona de casa que opta por comprar no super-mercado fruta barata (porque foi subsidiada pela política agrícola comum da UE), em vez da fruta cara dos produtores não subsidiados de África que, por causa disso, morrem à fome?
Condenava sim, sem pau nem bola, como na altura condenei. Já não condenava a escolha da data 33 anos, k pinta!
Os 33 anos são uma cena dificil de ultrapassar. Um golgota.
alias, enfim kts de nós nao alimentamos pardaizinhos caidos do ninho, ou abutres bebes, geralmente os passaros morriam, nao ker dizer ke alimentasse todas as crianças, mas devia ao menos tentar pegar nela. E mais nada. Condenar é comigo. Mas elogiar tbm, 33 anos, ke maximo.
É muito cômodo para quem está sentado em sua sala em frente a um computador condenar alguém que viu tamanha miséria e "não fez nada". Certamente se Carter não tivesse se disposto a ir ao Sudão e registrar o que viu muito de nós nem saberiam que isto EXISTE, É REAL.
Já fui como voluntário fotografar uma cidade assolada por uma enchente (Barreiros - PE)e muitas das fotos fiz com os olhos rasos em lágrimas, mas sabia que tinha um papel a cumprir: levar aquela realidade às vistas de quem não fazia ideia da gravidade da situação.
Somar é importantíssimo, mas o papel de um fotógrafo ao levar a público imagens como esta é de "multiplicar". Não pensem que é facil, se a cena é chocante em uma foto avaliem ao vivo. E a repetição contínua desta cena e de muitas outras semelhantes? Certamente isso permeou os pensamentos de Carter até que ele não suportou.
Não se vai até o inferno e volta ileso. Carter não foi um vilão mas sim um herói, deu sua sanidade mental em troca de levar ao mundo o conhecimento de uma realidade da qual não se fazia ideia.
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