Passamos 13 anos juntos, ou 12, ou 14, perdi-lhe a conta. Ao contrário das relações vulgares que por aí se comentam, a nossa aproximação aumentava com o passar dos dias. Ao fim de poucos anos, não passavam duas horas sem que nos tocássemos, e até o sono, quando durava mais do que 5 horas, aumentava a saudade e tínhamos que nos aproximar logo ao nascer do dia.
Nem mesmo quando fui traído, ou quando me deu um soco e me afectou um pulmão, nem nos dias em que me apertava a garganta a ponto, de não puder falar e de ter vergonha disso, abandonei esta relação. Uma relação de toda a vida, porque eu, como as pessoas vulgares, simples e ocupadas, relativizo o tempo da infância e do estudo, ou talvez seja esta relação, que me marca a cronologia. O que é certo é que digo com a maior das facilidades “uma relação de toda a vida”, é metafórico, real não é, mas compreendem onde quero chegar.
Sei que não é saudável, que uma mente esclarecida e um corpo exercitado, deve alhear-se destas situações, mas a verdade, a verdade é que a relações são cordas nos embarques da vida, e se as cortarmos, podemos ficar sem pontes. Sei nadar bem. Mas compreendem o que digo, uma vida sem relações, sem dependências, não é uma vida.
Qualquer drogado poderia dizer isto que eu digo, mas convenhamos, a droga é uma situação degradante e quem a consome um doente. Não cheguei a esse ponto. Embora admita que de facto, quando se tende para o expoente máximo se viva em função disso, mas a minha relação é uma situação banal, igual a tantas outras que há por aí.
Escrevo hoje isto, um desabafo sincero, porque de facto há muito a questiono, mas eu amo tanto, foi tanto tempo, e tão próximos que sempre estivemos. Bem sei que é esta relação que me causa muitos dos problemas, que depois me ajuda a resolver, mas ainda assim.
Quando estou cansado, quando não durmo, quando não consigo decidir, quando já não subo a escada, é nesta relação que me apoio, que sempre me apoiei, claro está, mais uma vez refiro, que como pessoa normal, tenho que relativizar a infância, a juventude e adolescência, esquecer-me desse tempo, não interessa nada, certo?
É bom manter uma relação, e por mais que cheire mal, que faça pó, que me canse e enerve, que me ponha doente, mas gravemente doente, a verdade é que não me apetece, simplesmente não me apetece terminar assim, talvez daqui a um ano, ou dois. Ou um dia, talvez um dia me chateie e deixe de fumar.
Nem mesmo quando fui traído, ou quando me deu um soco e me afectou um pulmão, nem nos dias em que me apertava a garganta a ponto, de não puder falar e de ter vergonha disso, abandonei esta relação. Uma relação de toda a vida, porque eu, como as pessoas vulgares, simples e ocupadas, relativizo o tempo da infância e do estudo, ou talvez seja esta relação, que me marca a cronologia. O que é certo é que digo com a maior das facilidades “uma relação de toda a vida”, é metafórico, real não é, mas compreendem onde quero chegar.
Sei que não é saudável, que uma mente esclarecida e um corpo exercitado, deve alhear-se destas situações, mas a verdade, a verdade é que a relações são cordas nos embarques da vida, e se as cortarmos, podemos ficar sem pontes. Sei nadar bem. Mas compreendem o que digo, uma vida sem relações, sem dependências, não é uma vida.
Qualquer drogado poderia dizer isto que eu digo, mas convenhamos, a droga é uma situação degradante e quem a consome um doente. Não cheguei a esse ponto. Embora admita que de facto, quando se tende para o expoente máximo se viva em função disso, mas a minha relação é uma situação banal, igual a tantas outras que há por aí.
Escrevo hoje isto, um desabafo sincero, porque de facto há muito a questiono, mas eu amo tanto, foi tanto tempo, e tão próximos que sempre estivemos. Bem sei que é esta relação que me causa muitos dos problemas, que depois me ajuda a resolver, mas ainda assim.
Quando estou cansado, quando não durmo, quando não consigo decidir, quando já não subo a escada, é nesta relação que me apoio, que sempre me apoiei, claro está, mais uma vez refiro, que como pessoa normal, tenho que relativizar a infância, a juventude e adolescência, esquecer-me desse tempo, não interessa nada, certo?
É bom manter uma relação, e por mais que cheire mal, que faça pó, que me canse e enerve, que me ponha doente, mas gravemente doente, a verdade é que não me apetece, simplesmente não me apetece terminar assim, talvez daqui a um ano, ou dois. Ou um dia, talvez um dia me chateie e deixe de fumar.
6 comentários:
Safei-me dessa relação de amor/ódio com a nicotina há quase 10 meses.
Engordei 12 quilos e fui obrigado a fazer uma dieta a sério - custou um bocado mas agora já peso menos do que pesava quando deixei de fumar.
Continuo a perder peso, a melhorar de forma através da bicicleta e creio que todos os índices (tensão arterial, colesterol, etc.) melhoraram substancialmente.
Deixar de fumar é um acto de liberdade, tal como é forçar a obesidade a desaparecer.
É uma boa sensação um tipo saber que é senhor de si próprio.
Continuar a fumar também é um acto de liberdade.
Não há hipótese, temos mesmo de escolher a que liberdade queremos aderir...
Tem razão, cada caso é um caso.
No meu caso, continuar a fumar era aceitar a escravatura de um vício que me estava a dar cabo da qualidade de vida.
No caso de quem se sinta bem e não sinta a pressão da falta de saúde, continuar a fumar pode ser um acto de liberdade.
Parabens 100 anos, mal resolveu um desafio encontrou outro. Força!
Eu sinto-me vitima da violencia do meu companheiro cigarro, mas tambem só me afecta às vezes, nao é todos os dias, como diz a Mac, vou escolhendo a liberdade de deixar que este companheiro me fure os pulmões, apesar de conviver com pessoas terrivelmente afectadas, ter exemplos tragicos, não consigo acabar esta relação.
É obvio que tudo o que é dependencia é mau, mas curtido doi-me a cabeça com cigarro, doi-me sem ele :-))))))))) A mente humana é demais.
Mais um belo texto de Privada e aqui a vai a minha compaixão: sofro do mesmo mal. Há uns 5 anos deixei, aguentei quase 2 mas voltei. Foi mais como... "vamos fazer uma pausa, voltar a saber como é viver um sem o outro".
Mas lá voltamos...
Agora o que diz 100anos é a verdadinha. Eu recomecei numa de "é melhor o mal que esta merda faz que stessar toda a gente que está à minha volta" ou " mais vale o catarro que um ataque cardíaco com os nervos". Mas é mau, fui fraco.
Ainda deixo outra vez, "nem que seja quando me apagar"
Para parar com um vício, há relações entre pessoas que são vícios, é só preciso querer deixá-lo.
já deixei por duas vezes: uma durante 14 anos, outra durante 11.
Recomecei há pouco tempo a fumar.
Tal como o 100anos e a Mac disseram, exerci a liberdade de deixar de fumar e exerci-a também quando recomei, por duas vezes:))))
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